sexta-feira, 13 de maio de 2011

Testemunho: do Comando Vermelho à música da Pipoca!

Buenas gente boa, paz e alegria do Senhor!
Abaixo copiei e colei hahaea um testemunho muito bom sobre o poder e a influêcia transformadora das Artes e da Música na vida das pessoas e da Igreja. Conhecido como caveirinha, era um traficante que batia na própria mãe, após um encontro "inusitado" com Cristo, hoje prega e anima por todo o Brasil. O cara realmente foi de Saulo pra Paulo e evangeliza cantando músicas de animação como Saia de Cima do Muro, Homenzinho Torto, Cante Dance e a nossa mais conhecida Pipoca, confira abaixo:

De passagem por Mossoró, no final da semana passada, o funcionário público federal José Cosme de Oliveira, o “Caveirinha”, 43 anos, ex-integrante da Primeira Facção do Comando Vermelho, onde atuava como gerente do tráfico de drogas, conversou com O Mossoroense sobre a sua passagem pelo crime organizado, o que o levou até lá e como conseguiu deixá-lo. “Caveirinha” esteva na cidade a convite da Comunidade Católica Boa Nova e realizou dois shows na quadra do Sesc, onde deu um testemunho sobre a sua vida pregressa, ao mesmo tempo em que conclamou todos as pessoas viciadas em drogas a deixarem essa “porcaria” de lado.

OM -  Caveirinha, você foi um dos integrantes do Comando Vermelho, facção do Rio de Janeiro. Como se deu isso?
CV - Fui um dos fundadores do Comando Vermelho. Na verdade, eu não era da frente do grupo. Era um consumidor de drogas.

OM – Como era o seu envolvimento com o Comando Vermelho?
CV – Bom, eu comecei a andar com o bando dos “Negos”, da Cidade Alta, que era subordinada ao “Escadinha”, e aí ele se juntou ao “Albertinho de Lucas” e outros bandidos. Daí então foi formado o Comando Vermelho. Ratificando, eu não fui um dos fundadores, mas era mandado.

OM – Qual era a sua função dentro da organização?
CV – Eu era um embalador de drogas. Chefe de embalação. E o que era isso? Eu recebia a mercadoria, embalava em papelotes, enrolava as trouxinhas e as organizava para a venda. Então, eu pegava essa droga e distribuía com os aviões que iam levar até as bocas-de-fumo para ser vendida. O chefe de tráfico era o “Nego” e tinha o “Bacabal”, que era o tesoureiro, e eu o gerente de embalação.

OM – Conte como foi que você conheceu Jesus?
CV – A história é muito extensa. É muito difícil as pessoas entenderem que alguém como eu que esteve no meio de assassinatos se converteu...

OM – Quando você se converteu, enfrentou algum tipo de discriminação por ter abandonado o mundo do crime?
CV – Primeiro, quando saí, sofri muita perseguição, me procuraram para me matar porque eu sabia de muita coisa. Mas, hoje, já estamos na quarta geração do Comando Vermelho. Então, isso quer dizer: da primeira geração eu sobrevivi porque entrei para a igreja, “Escadinha” morreu, “João Gordo”, “Albertinho de Lucas” e “Valdinho” morreram. Vários bandidos morreram e eu passei como uma onda. Então teve uma outra geração que entrou comandando depois do “Escadinha”, mas esta também já desapareceu. Hoje o bandido não vive mais do que dez anos no mundo do crime. Um morre, entra outro. Um vai preso e é substituído imediatamente. Por isso que já estamos na quarta geração. E eu já estou fora dessa.


OM – O que fez você pensar em abandonar a vida do crime organizado. O que lhe tocou de repente/?
CV – Olha, é uma história interessante.  
CV – Um dia houve um tiroteio na favela Disneylândia, ao lado da Cidade Alta, onde a gente estava organizado e eu tive que me esconder da polícia dentro de um esgoto e passei a noite lá. E quando eu estava naquela situação, diante de uma fedentina e ainda sujeito a ser preso porque não tinha como ficar ali por mais de uma noite, comecei a pensar um pouco na minha vida. Caramba! E quase morri porque o tiroteio foi intenso, mataram dois bandidos e de manhã quando eu saí fui para casa e quando cheguei, minha mãe me chamou a atenção dizendo: “Meu filho, olha a vida que tu tá levando e eu respondi: mamãe, não se meta não”. Porque o dinheiro, as mulheres, o prazer sempre faziam a gente voltar pra aquilo. Mas realmente ali eu mim vi no fundo do poço. Depois caiu uma chuva na favela e caíram vários barracos. Aí o pessoal da igreja ajudou os desabrigados e eu certo dia fui na igreja ver a minha família. Chegando lá, senti muita emoção ao ver o quanto todos estavam sendo bem assistidos e aquilo mexeu muito comigo. Então comecei a lembrar do fundo do poço. Todos foram convidados a participar de um encontro na igreja. Eu, de supetão, decidi ir, gostei e aí Deus começou a entrar na minha vida. Só que eu voltei para a favela e continuei no tráfico. Ia para a igreja e ia para o tráfico. Então num certo dia fui a um retiro e lá Jesus me pegou pelo braço. Foi quando eu fugi e fui morar na casa de uns amigos em Braz de Pina, numa casinha, sustentada pelo pessoal da igreja. Soube então que a polícia invadiu a favela, matou vários bandidos, prendeu “Escadinha” e eu fiquei caminhando na igreja.

OM – E depois?
CV – Bom, então a partir daí foi que comecei a estudar. Minha mãe já tinha me posto, mas parei porque na sétima série eu vendia drogas na escola. Depois que abandonei aquela vida, passei a fazer supletivo e na igreja foi que passei a trabalhar no Ministério da Justiça, ingressei na Casa Civil, consegui concluir o segundo grau e enveredei pelo caminho da evangelização e agora estou dando o meu testemunho por todo o Brasil.

OM – O que você prega durante as suas apresentações?
CV – Que a droga é uma porcaria. E também os pais que deixam seus filhos por aí correndo atrás de trios elétricos. Eu estou dizendo que é mais fácil você viver nesse meio, não ter uma boa cabeça e se envolver com droga, com a maconha. O jovem acha hoje em dia que a maconha é um barato, diz: vamos fumar um baseado. Pois eu comecei fumando um baseado e depois quando você vai ver, já está rodando, já está no meio. E esse dinheiro que o tráfico dá, na verdade é uma ilusão. É um dinheiro que você não pode usar. Não pode gastar, vive com medo da polícia, com medo de morrer. Então, é algo que não traz felicidade. Eu não era feliz. Tinha muitas mulheres, mas não amava e nem era amado, muitos carros e motos, mas não podia usar. Então, o que eu prego pelo Brasil é que a droga é uma ilusão. E o tráfico é outra. Não traz felicidade para ninguém.

OM – Qual a mensagem que você deixa para quem nesse momento se ver numa situação semelhante a que você viveu?
CV – Eu deixo uma mensagem a todos vocês que acham que a vida de traficar drogas é uma maravilha. Na verdade, é uma porcaria. Eu quando era traficante estava pouco ligando para a vida dos jovens. Quantos eu mandei até matar. Então o tráfico está pouco ligando para você. Só quer o seu dinheiro. Depois que você está preso, ele está pouco ligando. Você que está na cadeia, consumindo drogas, traficando, pense, meu amigo, esta vida não é para você. Tem um nome aí que se chama Diabo, inimigo de Deus. Esse quer que você vá pra cadeia, pra sarjeta e quando lá, ele quer mais é que você se acabe mesmo. Só Deus pode te dar alegria, tirar de uma vida ruim,  que é essa, viver do tráfico de drogas. Porque ninguém consegue viver feliz desta forma. Só vai parar na cadeia, na sarjeta, ou sem a família e quem te ama é ela e Jesus

OM – Sua família lhe ajuda nesta caminhada:
CV – Meus pais já morreram. Minha mulher vai comigo até onde pode. Não se distancia muito do Rio porque tem de cuidar dos dois filhos, um de sete e outro de oito anos, outra grande razão de minha existência e todos me incentivam bastante.   
 

Um comentário:

  1. Laffayette Boechat Marques Santos19 de agosto de 2020 às 08:44

    Cosme, JESUS te ama muito e você SABE disso.

    ResponderExcluir