sexta-feira, 21 de março de 2014

(IN) CERTEZAS



O que faremos com nossas escolhas? Com nossas vontades e sonhos? Iremos enterrá-los? Não. Precisamos vivenciá-los! Correr até onde ninguém alcança. Precisamos de um futuro repleto de desafios para compreender o que é importante.

Precisamos aprender que abrir mão é uma consequência de quem sabe o que quer e para onde vai. É a clareza de quem tem uma estrada toda pronta e floreada para andar. É a certeza de que essa estrada terá pedras, mas todas têm, entretanto esse alguém terá mais força do que qualquer pedrada que possa o atingir.

Precisamos descobrir coisas por nós mesmos, sem usar os outros como escudo. Precisamos arriscar. Entender que a vida é bem mais que segurança – ela é uma promessa a ser conquistada. Podendo sim, ser turbulenta, insegura e ameaçadora. Mas acima de tudo, ela precisa ser inspiradora. Mas como? Talvez quando, em meio as contradições, você consegue discernir o que sente do que te ilude. Quando em meio as dúvidas você consegue chegar a conclusão real de que o seu coração bate mais forte somente por um motivo e a partir de então, isso será a luz que te faz acordar nas piores manhãs para vencer dias chatos e mórbidos.

E nem que isso nos custe a vida inteira, nós seremos felizes. Não por possuirmos, mas por termos consumido nossas forças como o motivo do nosso sorriso. E isso, meu amigo, é de uma alegria insubstituível. Acho só cabível para essa dimensão as palavras de Padre Fábio de Melo, quando este fala de como será chegar ao céu “você chega, vê toda sua vida naquele que te criou e cheio de orgulho, terá a certeza de ter vivido a vida da maneira certa, podendo até aplaudir a si próprio - combati o bom combate!” Amar talvez seja isso: Ir além do superficial, ir além de tudo que se espera. Amor não é só sentimento, é calma, é paz, é decisão: é certeza.

Cada coisa tem um tempo sim. Mas as urgências também. E apesar de aprender a esperar, também precisamos aprender a ter lucidez quando as oportunidades surgirem, para não nos condenarmos por um passado incerto, onde o medo sempre falou mais alto e a razão sempre foi mais ouvida.

Acho que esse mundo precisa de menos autoconhecimento. Menos questionários ou explicações analíticas. As pessoas se apaixonam por humanidade. Por tudo aquilo que desperta o melhor que há nelas. Então cabe a nós sermos não os “hércules ou as mulheres-maravilha”, mas as pessoas que tem humanidade suficiente para saberem acolher-se e criar um vínculo que nunca poderá ser quebrado: a amizade consigo mesmo. Ai sim saberemos olhar para a vida sem tantas exigências, mas como quem sabe, senão o que quer, talvez o que não queira.


- Jéssica Cassol

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