terça-feira, 17 de setembro de 2013

Como dialogar com um filho adolescente?

Há um provérbio que diz: “Ame-me quando eu menos merecer, pois é quando eu mais preciso”. Na adolescência, o mundo começa a se abrir para a criança. Os pais precisam compreender e ajudar os filhos nesta idade com especial carinho e atenção. Eles já foram adolescentes e devem recordar essa fase da vida. Na adolescência, tanto para o menino como para a menina, há mudanças fisiológicas consideráveis provocadas pelos hormônios do desenvolvimento da idade. De uma hora para outra, eles dão uma espichada no corpo e também no psiquismo. É a fase também em que descobrem o mundo, os amigos, as saídas de casa, as aventuras etc. É a fase da contestação.

O adolescente é como um pintinho que faz força para sair da casca do ovo; ele esperneia, quer se afirmar como “alguém”. “Não sou mais criança”. Algumas vezes, ele mostra alguma agressividade, rebeldia e quase sempre “é do contra”; tudo isto é da idade, e os pais têm que ter sabedoria e paciência para educá-los sem perder a calma. Isto não quer dizer abrir mão dos conceitos do certo e do errado, mas não perder a via do diálogo sem o qual nada será possível. E o mais importante é a amizade e o exemplo.

Esforce-se para se atualizar na realidade deles; as músicas, o computador, os jogos, as gírias, a moda etc. Não fique para trás; acompanhe-os para ter condições de orientar sem sufocar. Há algo de bom neste comportamento, às vezes excêntrico, que tanto irrita os adultos. É a fase em que o jovem busca a “liberdade” e a “independência”. Daí a importância de eles já terem sido ensinados pelos pais sobre o real sentido da liberdade e da independência, do amor, da fé, do namoro, das bebidas, da droga, da homossexualidade, da disciplina, do respeito aos outros etc., para que não caminhem por vias tortas. O leão é domado mais com uma pedra de açúcar na boca do que com o chicote.

Precisamos ser sábios o suficiente para saber aproveitar toda essa energia acumulada na adolescência. Sem ventos e correntes o barco não pode navegar, mas o marujo precisa saber aproveitá-los para que a viagem seja boa. Saiba dirigir a potência dos seus filhos para atividades que eles gostem e que lhes façam bem. Saibam dosar com inteligência e prudência as reprimendas, castigos e recompensas, tudo muito bem regado com diálogo e boa explicação de tudo. Saiba ser paciente e nunca deixe de dar outra oportunidade para que o jovem possa se redimir do seu erro. E saiba elogiar.

O bom castigo e a boa correção não podem faltar quando a falha é grave; eles, no fundo, querem ser educados e sabem que isso acontece, porque são amados por seus pais. Crianças sem correção chegam à conclusão de que não são amadas pelos pais, que não se interessam por elas. Mas a correção não pode ser violenta e muito menos humilhante. Às vezes, o adolescente irrita os pais e “os tira do sério”, mas é preciso estar predisposto a não perder a calma. O furacão passa. Não dê importância demais às palavras deles, pois, muitas vezes, estão extravasando os seus sentimentos mais secretos.

Lembro-me de um amigo que chegou às lágrimas quando leu, no diário de sua filha, o seguinte: “Aquele fdp do meu pai não me deixou ir ao show”. Ela já tinha obtido a permissão da mãe, mas o pai não a autorizou. Meu amigo quase morreu de desgosto; eu o fiz ver que a expressão da filha, embora grave, não podia ser motivo de uma crise; tudo devia ser resolvido com uma boa conversa. Pai e mãe precisam conversar antes de autorizar ou não algum pedido deles. Nunca um deles deve autorizar algo complicado sem antes ter falado com o outro. Isso evita que um seja jogado contra o outro.

Conquiste seu filho adolescente, não com o que você dá a ele, mas com o que você é para ele; tenha tempo para ele. Então, poderá educá-lo como deseja e poderá falar para ele dos perigos da vida que os espera e o caminho certo a seguir.

Felipe Aquino

http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?id=&e=13305

Nenhum comentário:

Postar um comentário