O homem se atrai pelo corpo feminino e a mulher pelo masculino. Despertam os impulsos e desejos. Para aprender a amar é necessário decifrar a linguagem desta atração sexual por outra pessoa, que tem três níveis.
O primeiro é a atração física que experimentamos pela pessoa do outro sexo. Esta tem tanta força porque aponta a algo maior que nós mesmos, ao mistério da pessoa amada. Só quem descobre essa beleza mais profunda pode decifrar o verdadeiro sentido dos desejos. Quem fica apenas no prazer físico acaba em desilusão: como ocorre com a droga, a sexualidade cada vez da menos prazer e cada vez fica mais viciado a ela.
Em seguida há o nível psicológico da sexualidade: atrai-nos as qualidades masculinas ou femininas da outra pessoa. É o mundo dos afetos e sentimentos que me ligam ao outro. Estes são tão belos porque vemos neles a possibilidade de construir um mundo em comum: a outra pessoa está presente em mim.
No entanto, os sentimentos vão e vem, como as ondas do rio. Muitas dessas ondas quebram na praia e ali perdem sua força. Mas o rio tem um movimento mais profundo, em sua corrente, que conduz ao mar. A arte de amar é buscar que meus sentimentos também se tornem profundos, de modo que impulsionem à vida e cheguem a amadurecer e crescer no amor mútuo. Para isso tenho que descobrir que, mais alem do sentimento, está o encontro com a outra pessoa, que me aparece como alguém único, singular, diferente de todas as outras coisas. Esse é o nível pessoal da sexualidade, em que aprendo a "viver para o outro", trançando uma vida em comum.
O período de namoro serve para comprovar se nossa atração e sentimento têm amadurecido no profundo, se temos chegado ao nível pessoal.
Nos movemos ainda segundo as vibrações do rio, que se quebram na praia? Ou temos encontrado um amor estável, que abre um caminho, o da corrente que chega ao oceano, enchendo de vida suas margens? João Paulo II
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