Há paixões
que parecem acontecer bruscamente, sem que percebamos. Por isso se fala de amor
a primeira vista.
O Deus pagão Cupido, responsável por estes amores, se
representa como um menino com asas, armado com uma flecha que transpassa os
corações dos amantes. Se sugere assim a ideia equivocada de que o amor ocorre
sem que possamos fazer nada. Felizmente, não é assim: o amor precede de nossa
liberdade. Podemos nos sentir bem na presença de outra pessoa e como ela nos
trata. Mas isso não é sinal diretamente de amor Verdadeiro. Pois isso você pode
sentir com várias pessoas.
As coisas mudam quando nos envolvemos pessoalmente
no amor para construir uma intimidade comum com o outro. Aqui é importante
compreender que a outra pessoa é única, em seu corpo e espírito. Por isso, se
experimenta uma exclusividade progressiva nesse amor. Já não se pode ter
isso com duas ou mais pessoas. Quando acreditamos que estamos apaixonados não
podemos nos concentrar só na intensidade de nossos sentimentos. Eles podem
mudar com rapidez e inclusive se apagar.
O que determina um amor verdadeiro não
é a força do sentimento, mas a intenção de viver para o outro. Por tanto, amar
não é algo que simplesmente me acontece passivamente. É um processo em que a
outra pessoa vai se convertendo pouco a pouco em um objetivo da minha vida (e
assim, em uma vocação). Não é um mero momento que me fascina, mas um chamado,
cuja a resposta requer amadurecimento interior e fidelidade no tempo. O amor
não depende de um momento da fascinação, e sim de uma
desposta voluntária e livre que damos a um chamado. Ao aprofundar o conhecimento
de outra pessoa, se amadurece na relação mútua e é possível construir uma vida
comum, conteúdo próprio da promessa matrimonial.
fonte: 30 perguntas e respostas de João Paulo II.
Nenhum comentário:
Postar um comentário