Nesses momentos devemos recordar que o que nos une como família é algo maior que nós mesmos e nossos problemas. Aquele que une aos esposos, seu bem comum, é mais importante que o bem de cada um tomado individualmente. Em vista desse bem é que vale a pena seguir adiante. Em todo caso, a solução nunca é jogar tudo para os ares e começar de novo: a vida do homem não se pode "reinventar" cada vez que as condições são desfavoráveis.
Os problemas que afetam a intimidade das pessoas não se resolvem com soluções técnicas ao que é, na verdade, uma questão pessoal, que põe em jogo a felicidade e a liberdade humana. Em concreto, devemos rejeitar a imagem de uma "família a la carte" como solução para os problemas familiares. A construção de uma família é a formação de uma comunhão de pessoas que conta com um plano transcendente, mais além das simples decisões humanas. Isso torna estáveis e incondicionais as relações familiares, que são suporte imprescindível para o amadurecimento pessoal e a base da sociedade. Não se pode pretender igualar a realidade de uma família fundada no autêntico matrimônio com outro tipo de uniões que dependem somente dos desejos subjetivos das pessoas.
Considerar diferentes "modelos familiares" é ignorar a relação entre os desejos humanos e a plenitude de vida oferecem. Nestes modelos familiares "alternativos" o desejo das pessoas não compartilha todos os bens da união matrimonial e não garante nenhuma estabilidade, o qual danifica tanto aos que constituem esse núcleo familiar "alternativo", como a sociedade.
O dom da estabilidade, da educação inicial dos filhos e da acolhida das pessoas que a família oferece são bens que devem ser apreciados pelo Estado e reconhecidos como o fundamento das políticas familiares, pela imensa contribuição que as famílias oferecem a sociedade. Somente uma família com sua estabilidade garante de fato um verdadeiro progresso social.
fonte: 30 perguntas e respostas de João Paulo II
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