“Hoje a terra e os céus me sorriem, hoje o sol chega ao fundo de minha alma, hoje a vi, a vi, Hoje eu creio em Deus!” Assim dizia um poeta espanhol, querendo descrever suas sensações de apaixonado. Também a ele, como a todos, o amor mudava sua vida, lhe enchia de entusiasmo inesperado e incontrolável, parecendo sobrenatural, inclusive divino. Esta é a força do amor: eleva aquele que ama além de suas expectativas, lhe abre novos horizontes e infinitas possibilidades.
É tão grande a alegria que o amor dá que quem o experimenta corre um perigo: acreditar que tenha atingido sua meta. O apaixonado fica tão surpreso com a luz que tem inundado sua vida que não quer fazer outra coisa do que a contemplar. Igual acontece com um caminhante que, após ter passado por caminhos escuros, se encontra em uma planície maravilhosa e interminável e, em vez de atravessá-la, está parado para contemplar a nova visão. Quando um apaixonado se comporta assim, seu amor acaba por esgotar-se, fica cansado e entediado em breve.
O amor nos fascina porque contém uma promessa de beleza, algo tão grande que desejamos possuí-lo imediatamente, em um instante. Porém, isto não é possível. O amor nos convida a caminhar ao longo de seu caminho, um caminho novo que só podemos construir passo a passo. Se não aceitamos o convite que o amor nos faz, se esquecemos que ele é uma promessa de beleza e não uma coisa já feita, rapidamente nos desiludiremos.
“A felicidade não se compra. Se constrói”, dizia um slogan de outra campanha publicitária. O mesmo acontece com o amor.
João Paulo II
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