O pudor é um sentimento com duplo significado. Tem um lado negativo: com ele queremos esconder algo, evitar que colocar à luz, as claras. Mas também tem uma vertente positiva: se escondemos algo é porque tem valor, porque compreendemos que é belo e precioso e não queremos que outros abusem dele. Tem-se comprovado que em todas as culturas, mesmo as mais primitivas,existiu um pudor no comportamento sexual. É que se trata de uma experiência fundamental que revela o significado principal de nossa vida e de nossas ações.
Não sentimos pudor somente em relação à sexualidade, mas também em tudo que toca nossa intimidade. Nossa intimidade é algo precioso e só a revelamos a quem a recebe com apreço no âmbito de uma comunicação mútua. Por isso nos entristece que um amigo revele nossos segredos sem permissão.
A sexualidade é uma dimensão da intimidade humana que toca o centro de quem somos. Tem a ver com a capacidade de amar, com a verdade do corpo, com se fazer "uma carne" no amor entre homem e mulher (Gen 2,24). A revolução sexual de nossos dias tem denigrido o pudor, como se fosse próprio de pessoas reprimidas. Porém, o efeito real disso tem sido banalizar a intimidade humana. Viver na plenitude da sexualidade não consiste em deixar para trás o pudor, e sim descobrir o rico significado que contém e a intimidade que permite.
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