A sexualidade, as inclinações que nos leva, são coisas naturais. Mas não podem ser vividas de qualquer maneira. Faz falta interpretar sua linguagem, descobrir seu significado. Não podem ser forças que levem a direções diferentes, dividindo nossa vida. Como integrá-las em um único feixe? Disto depende nossa resposta a chamada, a grande "vocação ao amor" que é a vida do homem na terra.
Na sexualidade está em jogo nossa capacidade de amar e por isso faltam indicações que nos ajudem a orientar-nos: as normas morais não representam só regras e proibições, e sim permitem reconhecer erros em nossas ações, erros que fazem danos.
É como uma arvore que, quando é pequena, necessita de uma vara reta, e protegemos com uma cerca suas raízes, para que possa crescer alto e dar muito fruto. O importante na árvore não é só o portão que a protege, nem a pequena vara que a endireita, e sim o fruto e a sombra que ela chegará a dar. O mesmo ocorre com nossas ações: o mais importantes não são os limites, mas sim, sobretudo, o caminho que leva a perfeição.
A Igreja não só ensina as normas que proíbem os atos negativos (atos, que é bom lembrar, que em primeiro lugar fazem mal a quem os realiza), mas também se preocupa sobre tudo em transmitir o significado pleno da sexualidade. Não nos diz somente um "não". A Igreja, acima de tudo, nos convida a pronunciar um grande "sim", a abraçar nossos desejos mais verdadeiros. E para fazer isso, recorda-nos que é necessário ter uma virtude: a castidade.
Castidade não significa "não realizar atos sexuais". Ela consiste em unificar todas nossas aspirações e desejos de coração para que possam ser expressados em plenitude, em comunhão com a pessoa amada. A castidade significa integrar todos os significados da sexualidade para que possam ser vividos plenamente. A castidade significa amar de verdade.
João Paulo II
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