O pecado não
é só o que afeta o outro. Pois, pode me prejudicar a mim mesmo, incapacitar-me
para o amor verdadeiro, ainda que não afete diretamente a outra pessoa. Isto é
o que ocorre com a masturbação, onde busco a excitação sexual para mim mesmo.
Com ela não consigo expressar minha sexualidade com seus significados básicos:
a união com outra pessoa e a fecundidade. É como se mentisse com meu corpo.
Este pecado muitas vezes leva à tristeza de quem se sente só e conduz a uma
tristeza maior ainda: um vazio de um prazer sem sentido.
A malicia
deste ato se compreende melhor quando descobrimos a luz que a pureza contém.
Esta consiste em olhos puros, que permitem descobrir uma luz especial, à luz do
amor. Minha sexualidade se compreende então como uma força para me entregar a
outra pessoa e descobri-la em sua dignidade. O corpo de outra pessoa se refere
em sua beleza à luz do amor, e não para ela me provocar apenas excitação.
"Bem-aventurados os limpos de
coração", diz Jesus (MT 5,8). Esta bem-aventurança promete nada menos que
a visão de Deus, cuja chave é precisamente o amor.Os limpos de coração são
capazes de enxergar o mundo com uma visão nova, pois descobrem a luz do amor,
que vem de Deus. Por isso suas forças de amar não estão dispersas e sim unidas:
o amor é um centro que ordena todas suas forças para amar e dá harmonia e
beleza. E podem querer com toda alma uma só coisa. A proteção dos sentidos,
especialmente da visão, é necessária para viver a vocação com alegria e fidelidade ao amor.
João Paulo II
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