Se queremos comunicar algo não podemos usar as palavras na
ordem que queremos. A linguagem tem suas próprias leis, suas gramáticas, que
não depende somente do meus sentimentos ou minhas inclinações. Pois bem, o
mesmo modo ocorre com amor e sua linguagem.
Por isso, não é suficiente que sinto em mim uma inclinação
para que um ato sexual seja bom. Faz falta que me expresse segundo a linguagem
do ato conjugal, que viva integralmente seus significados objetivos
e corpóreos. Qual são estes significados? A união de homem e mulher é uma
diferença sexual, que é capaz de criar comunhão e se fazer fecunda porque está
aberta à vida. São precisamente esses os significados que a relação homossexual
carece. Se uso a linguagem da sexualidade contra estes significados, não estou
comunicando a verdade do amor, vivo uma ficção.
É importante distinguir: quando digo que realizar um ato
homossexual é mal não estou dizendo que a pessoa com inclinação homossexual é
má. Os atos são intrinsecamente maus: carecem dos significados básicos
para realizar a comunhão de pessoas por meio da sexualidade. A pessoa não é mal
por sentir essa inclinação.
Ao dizer que os atos homossexuais são maus não estamos
discriminando ninguém. Em vigor, os significados da sexualidade são objetivos e
válidos para todos, igual uma linguagem que tem a mesma gramática para todos.
O que se pede a pessoa que experimenta
inclinações homossexuais é o que se pede a todos: viver a castidade no próprio
estado de vida. É verdade que esta pessoa pode sentir maior dificuldade
subjetiva para isso, segundo a força desta inclinação desordenada. Por isso se
requer uma ajuda próxima e compreensiva por parte da comunidade eclesial. João Paulo II
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