Certamente, o homem e a mulher são diferentes. O corpo tem sua linguagem e esta nos "fala" também da diferença sexual. Esta diferença permite a união mais plena entre homem e mulher: uma união fecunda, que pode dar a vida. A diferença de que falamos, contudo, não se deve a um acontecimento acidental realizado pela evolução biológica ou pelas diferentes culturas, costumes e modo de educar.
O homem e a mulher não vêm a partir do azar, mas sim do amor de seus pais, pelo qual se manifesta a força criadora do amor de Deus. Se a diferença sexual entre o homem e a mulher fosse só fruto da casualidade ou dos acontecimentos da história, também seria por acaso que o amor nos trouxe a existência, e a vida seria uma viajem do nada para o nada, como um sonho.
A diferença que existe entre um homem e uma mulher é mais profunda do que a que vemos entre as raças, línguas e culturas. O homem e a mulher são não somente diferentes mas também complementares. Necessitam-se um do outro pois se enriquecem reciprocamente.
A diferença que existe entre um homem e uma mulher é mais profunda do que a que vemos entre as raças, línguas e culturas. O homem e a mulher são não somente diferentes mas também complementares. Necessitam-se um do outro pois se enriquecem reciprocamente.
Isto não quer dizer que homem e mulher são como peças de um quebra-cabeça. Eles não são a "metade da laranja" para o outro que, quando se unem, ficam fechados em si mesmo, formam uma bolha. Seu amor, pelo contrário, se expande, dá fruto além deles, constroem algo juntos e se abrem a um mistério que sempre oferece mais. É que o amor entre homem e mulher se baseia sobre algo maior que eles. Ambos se unem na dimensão de Deus, que lhes criou e escreveu em seus corpos a linguagem da sexualidade; que lhes revela o mistério da pessoa, ama e bendiz sua união com fruto de uma nova vida, de valor infinito.
Sim, homem e mulher, com a mesma dignidade, são diferentes. As diferenças lhes obrigam a sair de si mesmos, a aceitar o outro, a abri-se a um mistério maior, o mistério mesmo de Deus, para assim caminharem juntos.
João Paulo II
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